terça-feira, 6 de outubro de 2009

Reacções...

Na sequência da entrevista que demos à duas semana ao 5 para a meia noite, muitas foram as reacções que surgiram depois de mesmo com máscaras, algumas pessoas nos reconhecerem nitidamente. Houve reacções de todo o tipo, desde pessoas que nos apoiaram a pessoas que se recusam a acreditar e outras que ficaram profundamente chocadas ao saberem que nós somos um casal swinger. Ao ir ao programa sabiamos que os riscos eram elevados, mas uma vez de consciencia tranquila em relação àquilo que fazemos, resolvemos aceitar o convite do Alvim, com quem já tínhamos estado em conversa no programa Prova Oral da Antena3. Dentro do universo que esta entrevista atingiu, os nossos pais foram sempre a principal preocupação e alguém fez mesmo questão de ir este fim de semana a correr ter com o meu pai para partilhar o vídeo onde eu e a minha morena apareciamos a falar de swing e do livro que escrevemos sobre o assunto. As reacções familiares foram distintas, assim como as reacções de amigos e pessoas do próprio meio swinger, pelo que passamos a assumir o nosso direito de resposta a todas essas reacções...

Reacção Swingers I: Foram muitos os swingers que no dia seguinte nos abordaram com palavras de apoio, dando-nos os parabéns pela coragem e louvando a importância de actos como estes que ajudam a abrir mentalidades e a dismistificar o swing perante uma sociedade preconceituosa.

Nossa resposta: Obrigado por todo o apoio demonstrado, o livro foi escrito mesmo com esse objectivo, pois vivemos num mundo cheio de moralistas de merda e falsas beatas que fazem a merda às escondidas dos outros e depois recriminam quem usa da sua liberdade sem prejudicar absolutamente ninguém, e está na altura das mentalidades mudarem e são através destas pequenas coisas que nós podemos ajudar a que pessoas que apenas querem gozar da sua liberdade tenham lugar na sociedade sem serem julgadas por falsos juizes pecadores.

Reacção Swingers II: Foram alguns os swinges que se debateram contra o facto de estarmos a falar do swing publicamente, porque é algo privado, porque nós não temos experiência suficiente para falarmos do meio, porque isto e porque aquilo.

Nossa resposta: Em primeiro lugar não achamos que tenhamos de nos esconder de ninguém, porque não fazemos mal a ninguém, a nossa liberdade só acaba quando pisamos a liberdade dos outros e o swing não ousa pisar a liberdade de ninguém, pelo que somos livres de explorar a nossa sexualidade e a nossa vida pessoal como bem entendermos sem nos preocuparmos com o que os outros pensam. Se é fácil? Não, não é, porque diariamente temos de ser confrontados com situações de discriminação que fazemos questão de ultrapassar com dignidade. Não concordo que tenhamos de esconder que o mundo swinger existe, assim como não acho que tenhamos de andar por aí a dizer a toda a gente que somos swingers. Nós fizémo-lo em nome do swing e para ajudar a abrir mentalidades, mas continuamos a ser discretos na rua, a grande maioria das pessoas não faz a minima ideia e os que sabem são discretos também e não falam do assunto. Quanto à acusação de não sermos experientes o suficiente para falar de swinger, perdoem-me se estiver a ser insignificante, mas a minha opinião é de que ser swinger está na mentalidade e na atitude e não na quantificação de experiências que já tivemos. Muitos ficaram chocados quando afirmámos que das experiências contadas no livro, só efectivamente meia dúzia são experiências vividas por nós e que as outras são inspiradas em histórias de pessoas que conhecemos do meio. Qual o espanto? Não somos nenhuns tarados que andamos por aí a comer tudo o que passa, embora gostemos imenso de viver o sexo com intensidade e sem tabús. Sabemos que a experiência dos anos e dos acontecimentos é importante e temos provas disso diariamente, mas não vejo mal nenhum em escrever um livro com as ideias que até ao momento temos do meio swinger, porque o que importa é passar a mensagem e acho que essa passa verdadeiramente, pelas reacções que temos tido de pessoas que não eram swingers e o são depois de ler o livro, porque perderam o medo de assumir os seus desejos como casal, pessoas que mesmo não sendo swingers nos dizem que apesar de não ser a sua escolha conseguem entender hoje muito melhor o que leva um casal a tomar esse caminho.

Reacção amigos e irmãos (dele e dela): Todos, sem excepção e apesar de um primeiro choque inicial de um ou outro elemento, continuam a olhar para nós da mesma forma, com o mesmo espírito, e a fazer da nossa companhia uma companhia saudável.

Nossa resposta: Não esperava outra coisa de pessoas com valores assumidos que pensam pelas suas próprias cabeças.

Reacção pai (dele): Deixou de me falar e diz para que eu esqueça que sou filho dele, para nem lhe aparecermos à frente, pois estamos a fazê-lo passar uma vergonha imensa.

Nossa resposta: O Alvim disse na Prova Oral, antes até que o meu pai soubesse de algo "se as vossas famílias tiverem uma reacção de intolerancia para com as vossas escolhas pessoais, então essa família não presta". A verdade é que eu não iria tão longe, mas de facto, alguém que cometeu adultério não consentido toda a vida moralizar-se ao ponto de recriminar um filho a este ponto por algo que não prejudica ninguém, parece-me notoriamente exagerado. Quem gostar de nós, tem de gostar por aquilo que nós somos e não pelo que fingimos ser, por isso quem quiser aceitar, óptimo, quem não quiser aceitar, temos pena, a nossa vida continua. A verdade é que a intolerancia não é por sermos swingers mas pela vergonha do que os outros possam falar. Por amor de Deus! Isto é um absurdo, alguém deixar se ser ele próprio por vergonha do que os outros possam dizer. Bem, paciência! Se nós não podiamos viver sem o swing? Podiamos, mas não era a mesma coisa...

Reacção mãe (dele): Apesar do choque inicial e de alguma notoria preocupação do que os outros poderiam dizer ou pensar, bastaram umas horas para aceitar as nossas escolhas e assumir que está ao nosso lado, dê para o que der...

Nossa resposta: Não está convencida, está a adaptar-se à ideia e será uma questão de dias para aceitar na plenitude, é a ideia que temos. Agradecemos todo o esforço feito e a abertura para conversar connosco de uma forma natural sobre o assunto.

Reacção pais dela: A minha sogra está no brasil de férias e pelo que conheço dela, aceitará sem quaisquer problemas. Quanto ao meu sogro, a resposta dele foi: "Respeitam-se e são felizes? Então caguem para quem não gosta, marimbem-se para quem possa ou não falar de vós. A vida é vossa e fazem dela o que quiserem desde que não prejudiquem ninguém. Se querem a minha opinião sincera, acho que pessoas como vocês têm uma maturidade acima da média e é a única coisa que vos posso dizer."

Nossa resposta: Pessoal, isto é uma reacção de alguém digno que não anda por aí a julgar as diferentes escolhas que os outros fazem, o meu sogro hoje ensinou-me que reacção devo ter um dia que os meus filhos optem por escolhas diferentes àquelas que a sociedade apela com tanta hipocrisia. Eu já adorava o meu sogro, mas hoje ele confirmou tudo o que penso dele, um Homem com H grande!

Abreijos ;)



Sem comentários:

Enviar um comentário