Sw-Team – Esse casal conversa muito, partilha as suas fantasias e quando descobrem que têm essa fantasia em comum, avançam, arriscam. Mas só devem avançar se estiverem muito certos do que estão a fazer.
OM – E como sabem que estão certos e preparados para o fazer?
OM - Quando decidiu, com a sua mulher, entrar no mundo do swing já tinha a ideia de escrever um livro?
OM - Swingers sentem ciúmes?
SW - Sim, sentem-no em determinadas situações. Mas são capazes de ser superiores a esse ciúme, quando outros valores se levantam...
OM - Que tipo de valores?
OM – E como é a primeira vez? Vão a um clube e conhecem alguém com quem simpatizam e convidam-nos a passar a noite convosco?
SW – Antes de se frequentar um clube ainda há um longo caminho a percorrer. Provavelmente há quem comece assim, porque alguém do meio os tentou convencer a entrar no meio e quis mostrar-lhes o ambiente de um clube swinger, mas a verdade é que é raro alguém envolver-se na sua primeira ida a um clube liberal. Há excepções à regra, mas a maioria dos casais entra a primeira vez num clube para conhecer, para se ambientar e se nunca fizeram swing anteriormente também não é nessa noite que o vão fazer pela primeira vez, muito provavelmente.
OM. – Então, o que há antes da ida a um clube liberal?
OM – E quando dão o passo de se relacionar com alguém pela primeira vez?
OM – E depois do acto, quais os sentimentos que tomam o casal?
OM – Concorda quando alguns dizem que o swing é a traição consentida?
SW – Se é consentida, já não é traição. Traição implica mentira, jogos de escondidas e muitas vezes até demonstrações de mau carácter. São ingredientes que não existem no acto do swing em si. O que é consentido é que as fantasias do seu parceiro sejam desfrutadas na sua plenitude sem que ninguém o culpe por isso e sem que este precise de lhe mentir para desfrutar dessas fantasias.
OM - Durante as relações com outros casais, alguma vez o preocupou que a performance do outro membro masculino pudesse agradar à sua mulher ao ponto de ela querer repetir mais vezes encontros com aquela pessoa?
SW: Todos temos formas diferentes de dar prazer, e isso proporciona uma variedade de experiências no meio swinger. Se a minha companheira gosta de estar com alguém não implica que já não goste de estar comigo. Se não quisesse que a outra pessoa tivesse uma boa performance junto da minha esposa, não arriscaria entrar neste meio. Faço questão de que ela se divirta ao máximo enquanto está a desfrutar daquele momento, porque ela pode ter a certeza que eu vou fazer o mesmo. A vontade de repetir com determinadas pessoas por vezes surge e havendo concordância, acaba por acontecer. Contudo, a nossa confiança no que sentimos um pelo outro afasta todos esses medos de que o nosso companheiro(a) possa apaixonar-se por alguém e deixar-nos por essa pessoa.
OM: Uma questão prática: Se dois amigos, liberais em relação a estas questões do sexo, decidirem entrar no mundo do swing mesmo não se tratando de um casal (mas actuando como tal) isso é possível? Existem casos destes?
SW: Sim, existem de certeza muitos casos destes. Pessoas que não são propriamente um casal, mas que pela sua abertura em relação ao assunto, acabam por se envolver no meio e comportam-se como casais. Contudo, a sinceridade é a virtude a que os verdadeiros swingers dão maior importância, pelo que quem não vier com intenções sinceras não se dará bem no meio por muito tempo.
OM - Ao ler o seu relato ficamos com um quadro claro do universo swing português e principalmente das coisas boas que pode ter. Existem coisas menos boas? Quais são os riscos?
SW: Existem coisas boas e coisas más. Existem pessoas bem intencionadas e pessoas más intencionadas, como em qualquer meio social que se faça representar na nossa sociedade. O principal risco de entrar no universo swing, é entrar sem ter a certeza do passo que se está a dar, sem conversar bastante sobre o assunto e sobre as barreiras que possam ir surgindo. Jamais entrem no swing com a ideia de que este meio pode salvar um casamento. Se o casamento não está bem, o swing vai piorar o estado desse casamento. Deve entrar-se no swing com confiança, determinado e quando a relação está de facto sólida. Aí, o swing tem um papel fundamental de apimentar a realidade sexual do casal.
OM - E na vossa relação, nunca houve problemas por causa do swing?
SW: Como qualquer casal, temos os nossos pequenos 'arrufos' de quando em vez, e embora raros, a verdade é que nunca nenhum desses 'arrufos' se deu com causa-efeito na nossa experiência swinger. O swing nunca nos trouxe qualquer problema.
OM – Os seus familiares e amigos sabem que vocês são um casal swinger?
OM – Qual acha que seria a reacção das pessoas que lhe são mais próximas se descobrissem?
OM - Acham que a sociedade ainda é muito preconceituosa em relação a este tema?
SW: A sociedade é por norma preconceituosa em relação a escolhas que diferem do que está dentro de certos parâmetros pré-concebidos por determinadas políticas, filosofias e religiões. Com os anos a passarem e com as diferentes escolhas a imporem-se em determinadas situações, a verdade é que já se sente maior abertura da parte da sociedade nessas determinadas situações, mas há ainda um longo percurso a percorrer.
OM - Se pensam continuar a praticar swing, como vai ser com o vosso filho? Sentem que isso é uma dificuldade?
SW: Temos dois filhos e eles são um complemento da nossa vida, não uma barreira. Com uma gestão equilibrada do tempo e das prioridades, há tempo para tudo na vida.
OM – Frequentam clubes de swing com alguma regularidade?
OM - Se pudesse definir em percentagem diria que o swing ocupa quanta da parte do vosso tempo como casal?

SW – Com naturalidade. Arranjamos forma de viver nos dois mundos e num só de forma equilibrada.
OM – Como sabem que um casal está interessado em estar convosco?
OM - Que perspectivas têm para o vosso livro? Não temem que atinja apenas o público que possa ter alguma curiosidade em entrar no mundo swinger. Não acham que o público mais preconceituoso não vai ousar pegar no livro, mesmo que tenha curiosidade.
SW - Julgo que pode equiparar-se esse sentimento ao mesmo sentimento que invade um jovem que vai comprar preservativos, alguém que vai alugar um filme pornográfico ou um senhor que vai pedir viagra a uma farmácia. Vacilam, mas a verdade é que compram. Julgo que podemos ter a sorte de acontecer o mesmo...
OM - Para terminar, acha que esta escolha pelo meio swing? Foi de alguma forma um meio de apimentar a vossa relação?
SW – De apimentar, de certeza absoluta que sim. Se nos uniu mais? Tornou-nos mais cúmplices. Afinal, temos um segredo só nosso. E tornou-nos sexualmente mais abertos, também. Se melhorou o nosso amor? Não creio, porque esse nunca teve em risco, tal como nunca teve em risco a nossa paixão e atracção um pelo outro. Não entrámos no swing para salvar o casamento, e nem acreditamos que o swing salve o casamento de alguém. Pelo contrário, porque se o casamento de alguém não estiver sólido e não houver muita confiança entre o casal, o swing vai ajudar a acabar com esse casamento. É preciso muita confiança no outro e em si próprio para entrar neste meio...
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